Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado o florescimento de think tanks e organizações da sociedade civil (ONGs) atuando nas mais diversas áreas — da educação e meio ambiente à inovação pública e agricultura. Essa expansão reflete uma tendência global: cada vez mais, pessoas e instituições buscam criar impacto social e político fora das estruturas tradicionais do Estado e do mercado.
Instituições como o Instituto Alana, ITS/Rio, Todos Pela Educação, Students for Liberty, Instituto Pensar Agro, Mises Brasil ou Instituto Igarapé são exemplos dessa diversidade. Elas mostram como diferentes causas — da sustentabilidade à liberdade econômica, da tecnologia à equidade educacional — podem encontrar voz e estratégia por meio de organizações dedicadas, com forte base técnica e capacidade de articulação.
Por que os think tanks e ONGs são tão relevantes
Essas instituições cumprem um papel essencial no ecossistema democrático. Elas produzem conhecimento, influenciam políticas públicas, mobilizam cidadãos e constroem pontes entre sociedade civil, governo e setor privado.
Enquanto governos frequentemente operam sob ciclos eleitorais e pressões imediatas, os think tanks e ONGs conseguem construir agendas de forma estruturada e sustentar causas mesmo quando elas não estão no centro do debate político.
Mas há um desafio recorrente: muitos fundadores e equipes não compreendem exatamente onde sua organização se encaixa dentro desse tabuleiro complexo das políticas públicas. Esse desconhecimento pode diluir esforços e comprometer o impacto.
Uma matriz simples para entender o seu papel
Uma ferramenta útil para orientar a atuação de uma ONG ou think tank é uma matriz 2×2, que cruza dois eixos fundamentais:
- Tempo: curto × longo prazo
- Público-alvo: varejo (grande público) × atacado (tomadores de decisão e formadores de opinião)
Dessa combinação surgem quatro tipos principais de atuação:

Essa matriz ajuda a clarear o foco estratégico. Toda organização tende a ter um “quadrante dominante”, mas as mais maduras aprendem a operar de forma híbrida, transitando entre mobilização, articulação, educação e construção de longo prazo conforme o contexto político e social.
Compreender para agir melhor
Se você é uma ONG, compreender o papel da sua organização nessa matriz não é apenas um exercício teórico — é um passo estratégico. Ela permite definir prioridades, ajustar estratégias de comunicação e alinhar recursos e parcerias. Um think tank que tenta agir como mobilizador, por exemplo, pode se frustrar se não tiver base social. Já uma ONG essencialmente educativa pode desperdiçar energia tentando disputar o noticiário político.
Ao se posicionar com clareza, cada instituição contribui de forma mais efetiva para um ecossistema plural e dinâmico — onde o conhecimento, a ação coletiva e a inovação democrática caminham juntos.
Mas se você é uma empresa e busca patrocinar think tanks estratégicos, você também precisa saber qual tipo de organização você precisa na sua jornada.